quarta-feira, fevereiro 20, 2008

… na esteira do Arco-íris!


Dedico este meu Post, a uma das personagens principais da esteira do meu Arco-Íris, á NINA, minha companheira de jornada, mãe dos meus filhos, torcendo para que este dia seja curto, e que tudo vai dar certo, quando terminar a delicada Cirurgia, hoje, no Hospital da Universidade de Coimbra, dirigida pelo Prof. Dr. Martinho.

O meu Obrigado ao João Cunha, do Blog “CSI Cascais”, de onde colhi estes trechos do seu ultimo Post.

… na esteira do Arco-Íris!
Sinto-me despertar, os meus olhos movimentam-se dentro das pálpebras mas não consigo ver, sinto-me ainda a re-ligar o córtex cognitivo e lentamente acciono os nervos primários do meu corpo, sinto-me engolir em seco e em seguida sou alertado para a luz quente que me beija de chapa. Quente e muito clara… agora tento devagarinho movimentar as pálpebras… sim, estou a conseguir… o ar movimenta-se tão suavemente que quase nem sinto a brisa semi-fresca, assim de repente não me consigo lembrar de nada, do que me aconteceu, onde estou ou o que estou a fazer deitada de costas neste tapete relvado mais ou menos inclinado, sabe-se lá onde… ouço ruídos de pessoas mas não estão perto, …….. eis que sou abençoada com um dos mais deslumbrantes espectáculos da natureza… Arco-Íris….

(…) Sei que devia descreve-lo, mas… espera… deixa-me ver… só ver e imaginar… Será que é verdade o que dizem do Arco-íris…? Será que há mesmo um Pote de Ouro no final dele…? Que belo, meu Deus… Acho que podia tentar descobrir… Isso… é isso que vou fazer. Fecho os olhos e embarco na jornada que me propusera, descobrir o fim do Arco-Íris…
(…) Levanto-me apressada pois não quero perder tempo, .…
Embora caminhe a subir, não me canso e o chão é fofo e confortável, a esteira do arco-íris não é muito larga mas é segura e não tenho medo, julgo saber que ainda tenho um longo caminho a percorrer mas mesmo assim, nada me tira a quimera da cabeça, continuo e vou olhando para baixo e embora nunca tenha percorrido este caminho, parece que tudo à volta me é familiar, as ruas, as casas, até as pessoas e os cães… Que giro, parece que estou a passear pela minha vida… (será…? Nah…).

… Acho que já não falta muito, começo a ver coisas e pessoas e ventos recentes da minha vida… espera, agora me lembro… eu estava a passear com a minha filha e… Olho para a frente, para o final da “estrada” e não me parece que esteja por ali algum pote d’ouro… porém acho que reconheço… espera aquilo é… aqueles são… são os meus filhos o meu marido… os meus amigos e até os meus colegas… mas o que é que estão todos aqui a fazer…? Será que… este é o “meu pote d’ouro”, as pessoas que são as minhas pessoas, os meus queridos filhos e o homem amado, os meus amigos de anos, os meus colegas e todos os que me querem bem…

Acordei, estou na sala do Hospital da Universidade de Coimbra, fui submetida a uma delicada intervenção cirúrgica, o meu marido está aqui a segurar-me a mão… está a chorar mas a sorrir, - voltaste… disse-me. Sim, voltei, obrigado pelo teu amor e vou agradecer a todos os que me amam, quero abraça-los a todos e contar-lhes da minha viagem ao final do arco-íris e cada vez que vir um no céu, vou-me lembrar de como é bom estar vivo e ser amada, vou viver melhor e apreciar a vida e as pessoas e a amizade, o amor e tudo o que Deus me emprestou para poder desfrutar nesta passagem pela passadeira do Arco-Íris…

Que tenhas uma rápida recuperação e voltes rapidinho ao nosso doce lar!
Beijinhos Alexandre, Paulo e Catarina, família e amigos.