domingo, julho 13, 2008

CRESTA - A recolha do precioso néctar!

Há muito que as minhas abelhinhas, apelavam pela Cresta, aqui no seu cantinho.

A colmeia é o doce lar do enxame, que pelo Alentejo foi até á poucos anos utilizado o tradicional cortiço.


A laboriosa abelha começa por recolher o nectar de flor em flor, até encher a sua despensa (os favos), são necessárias centenas de milhar de visitas pelas flores de rosmaninho, alecrim, prados, eucalipto, tília e tantas outras melíferas que nos proporcionam tão grande diversidade de nectares.






Para visitar as nossas abelhinhas, é aconselhável equipamento de protecção, porque elas de amorosas que são, todas nos querem dar beijinhos.
Aqui está presente parte da equipa que participa na recolha do mel, o meu filhote, o Paulo e mais 2 colegas.



Recolher o mel nas colmeias, é sem dúvida uma das tarefas mais duras, de todo o processo, em pleno Verão suportar trinta e muitos graus, que dentro do fato representam quarenta e muitos, é preciso estar físicamente em muito boa forma. Mas quando o prazer e o fascínio de lidar com estes bichinhos não tem limites, nada custa, até o mel se torna leve!



Aqui temos um belo apiário(colmeal) tradicional de cortiços, que do ponto de vista de rendimento, higiene, limpeza e funcionalidade acabou por dar lugar á colmeia móvel, mais prática e produtiva (5 x mais que o cortiço), e onde se pode observar a evolução e o estado sanitário do enxame, em cada momento, coisa que no cortiço se torna tarefa impossível.


Chegado á melaria, é preciso tirar o mel dos quadros. Começa-se por desopercolar(destapar) os alvélolos para que o mel escorra do favo, tarefa que está a ser executada pelo meu tio Augusto, com a faca de desopercular e o meu Pai com o garfo completa o trabalho onde não tenham saído todos os opérculos(tampa de cada alvélolo).



De seguida os quadros são colocados no extractor, que pelo simples movimento de centrifugação, extrai o mel do interior dos favos, passando pelo processo de decantação para separar/limpar a cera, abelhas e outros elementos estranhos ao mel, que depois é armazenado em embalagens de 70-300 Kg, onde completa o processo de limpeza.



Por ultimo, 2-3 semanas depois começa-se o embalamento do mel, para as embalagens de acordo com a preferência do consumidor.


A decoração ficou a cargo da minha esposa, a Nina, que tem um toque especial para esta arte.



Para os amigos mais próximos e apreciadores em especial, sacrificamos alguns dos melhores quadros novos de mel, para presentear com estes lindos favos de mel, que até fazem crescer água na boca.



São iguarias como esta que fazem do campo, um lugar especial para viver, para usufruir, para partilhar com quem ousa disfrutar destas iguarias, que nunca chegam ao supermercado com esta qualidade, com este amor com que são produzidas, a massificação da produção é inimiga de tudo isto.
Ousem também vós provar, nem que seja com os olhos, estas delícias.