quarta-feira, dezembro 09, 2009

CAROS AMIGOS(AS)!



Nesta Quadra Natalícia que se aproxima, faço votos que a Felicidade, a Saúde, o Amor, e a Alegria, estejam omnipresentes no seio da vossa família unida e seja sempre Solidária para com os menos afortunados, onde as palavras Amor, Carinho e Amizade sejam uma constante.


Um Próspero Ano de 2010, onde se completem os desejos formulados para a Quadra Natalícia.


São os votos da Família Piratinha.

    Catarina, Paulo, Nina e Alexandre


Feliz Natal, Bom Ano Novo!!!!!

sexta-feira, junho 19, 2009

IV PASSEIO CAMPESTRE EM MONTEMOR-O-NOVO - 16 de Maio 2009

Património, Montado, Ervas Medicinais, Moinhos de Água e Vinho!

Foram estes os desafios que nos levaram neste dia á descoderta, deste Alentejo maravilhoso!

Três dezenas e meia de forasteiros, compareceram a esta aventura sempre enriquecedora, partilhando lugares outrora cheios de vida e de sentido, quando o campo era devidamente valorizado e aproveitado, quando a relação de vizinhança era na maioria dos casos mais forte do que a relação familiar, onde os adjectivos solidariedade, amizade, partilha, eram genuínos.


Começámos o Passeio pela Igreja de S.Gens, outrora paróquia da extinta Freguesia com o mesmo nome, famosa pelas suas procissões onde afluiam forasteiros de todo o seu redor, lamentavel é que o seu interior tenha sido votado ao abandono, despojado do seu património, por também as gentes destes montes terem sido obrigados a partir pela falta de condições basicas para aqui continuarem. Mas o belo Relógio de Sol lá no alto da Ermida, continua teimosamente a marcar o ritmo do tempo, mas sem clientes.




Falámos do Montado, onde tentei passar a mensagem da importância deste frágil ecossistema, que a todos nós cabe preservar, manter o seu equilíbrio e sustentabilidade, respeitando a sua regeneração natural, não retirando dele mais do que é permitido, assegurando que o equilibrio entre os seus agentes se mantem naturalmente.






Do Mestre Salgueiro com a juventude invejável das suas 90 primaveras, chegam-nos as palavras sábias de um vida a tratar as plantas por tu, a retirar de cada uma o melhor que tem para a nossa saude, para uma alimentação saudavel, equilibrada e sem excessos.





Ao longo da caminhada surge o moinho do Cosme, tambem este vítima do sinal dos tempos da desertificação do mundo rural, votado ao abandono foram as silvas que tomaram de assalto estas ruínas, que encerram em si tantas histórias da dureza da vida, trabalho de sol a sol, famílias numerosas, mas que tem em comum a imensa alegria das vivências de uma juventude, humilde mas honesta.



Onde os pormenores da vida tinham toda a importância, o espírito de entreajuda era omnipresente, quando uma sardinha tinha que dar para dois ou três, e quando uma família tinha feijão todos há volta tinham feijão, falo do que tive o privilégio de viver neste meio, uma juventude de plena liberdade no infinito da nossa paisagem alentejana, onde a vida nos ensinava a ser homensinhos aos 14-15 anos.





Chegados ao Moinho do Almansor, esperava-nos o ambiente acolhedor de um espaço irrepreensível, cuidado com o carinho especial do Tio Zé da Gaita e esposa, octogenário que aqui nasceu no embalar das quedas de água das comportas, aliviando o açude que através da levada alimentava incessantemente as mós do moinho sedentas de trigo, onde o seu pai matava a fome ás famílias que num rodopio chegavam com o grão de trigo, milho ou centeio, e partiam com a farinha que trocavam, depois de retirada a maquia para o moleiro.





A honestidade destas operações era sagrada, para o bom nome do Moinho, desde o bojardar das mós, até aos segredos da comunicação através do chocalho que dava o sinal que o cereal acabou no taigão, até aos truques de juntar um copo de água para aclarar a farinha, toda esta sabedoria ancestral foi transmitida através de gerações chegando até nós pelo tio Zé da Gaita, que com a sua alegria e boa disposição nos deu uma lição de molinologia, vivida na 1ª pessoa.





O apoio inestimável do Igor, jovem Moldavo que aqui ajuda no embelezamento deste paraízo, no transporte das merendas, no apoio no pic-nic e no transporte das mochilas já mais aliviadas para o local da chegada, foi de vital importância para a conclusão do percurso pelos participantes.


O Pic-Nic foi um excelente momento para pôr á prova as iguarias que cada um trouxe de suas casas, partilhando com os outros a degustação de enchidos, queijos, vinho, doces, licores, frutos secos, ..... que tanta coisa boa a nossa gastronomia metiterrânica oferece, é só ter bom gosto para se servir! E no Alentejo há sempre um bocadinho para a merecida sesta, nem que seja encima da Mó, que luxo!!!!!






Já mais reconfortados partimos para a segunda etapa, dando uma volta de despedida pela quinta, ficaram os agradecimentos aos proprietários deste paraizo tão bem preservado, e aos responsáveis pelo requinte da limpeza e preservação deste espaço o Tio Zé da Gaita e o Igor.



A caminho da Courela do Menir, passamos pela Barragem do Raimundo, onde o meu amigo Zé Matos nos convidou a visitar o seu "Oásis" no meio do Montado, tão bem enquadrado e disimulado na vegetação arborea da linha de água, onde a luxuriante beleza do silêncio deste espaço, só é interrompido pelo cantar do rouxinol.




Aqui funcionou talvez o unico lagar de azeite na região, movido a água, cuja força motriz fazia mover as mós que esmagava a azeitona e apertava nas prensas os capachos com a massa da azeitona, de onde saía a frio o Azeite Dourado, proveniente dos Olivais centenários de variedade Galega, sem duvida a que produz o melhor azeite de todos.


Prosseguindo a caminhada, fomos recebidos com honras de parada, pela manada de bovinos de carne que usufruie das pastagens deste Montado, que nos acompanharam até á saída, tal não foi a admiração que lhe causou esta Procissão por estas paragens.


Chegados á Courela do Guita/Courela do Menir esperáva-nos uma visita guiada pelo Eng. Ricardo Coito pela vinha e á cave onde estageiam os nectares dos deuses. foram-nos revelados alguns dos segredos da vinificação dos vinhos maduros e dos espumantes, área recente de trabalho da Couteiro-Mor. Esta empresa Familiar iniciada á cerca de meio século pelo saudoso Gabriel Francisco, está realmente no bom caminho, inovando, modernizando, aumentando mas sem nunca se afastar do caminho traçado pelo seu fundador, "Crescer sempre de forma sustentável"








Seguiu-se a prova dos vinhos e degustação dos enchidos e queijos da região numa sala divinal, com uma aboboda de rara beleza e mestria, decorada a preceito com artefactos e utensilios que caracterizavam a faina agricola de outros tempos e por troféus de caça, que simbolizam a paixão dos gestores desta casa, por esta arte.




Conto que os participantes não saíram defraudados deste dia partilhado com a Natureza, ficaram mais enriquecidos e sensibilizados para a necessidade de preservar todos os dias, em todas as nossas atitudes esta riqueza o Montado, a paisagem, as gentes, o saber popular de gerações,........!




O meu muito obrigado, em nome da comissão organizadora, ás entidades que tornaram possível esta iniciativa, a Câmara Municipal, ao Ceda, na pessoa do nosso colega de Organização, Dr. Eduardo Raposo, á Montemormel, ao Tio Zé Salgueiro, as proprietárias do Moinho do Almansor, ao tio Zé da Gaita e ao Igor, ao Zé Matos por partilhar connosco o seu Oásis, á Couteiro-Mor na pessoa do seu Gerente, o Eng. Ricardo Couto, e a todos os que deram corpo á iniciativa, bem hajam em prol de um Alentejo mais próspero e produtivo onde os homens tenham o seu lugar, para viver com dignidade.

Um Bem hajam, a partir deste imenso Alentejo que tanto precisa de ser amado e respeitado!

terça-feira, maio 05, 2009

1º DE MAIO, SUI GENERIS!

O dia do trabalhador, tem por tradição a luta reivindicativa por melhores condições de trabalho, salariais, e outras que tais.



Este ano, não acompanhei a tradição, respondi positivamente ao amável convite do meu Amigo Joaquim Ferreira, que com vários meses de antecedência, fez questão que marcasse na agenda, o Dia 1º de Maio na localidade de Lousa, para partilhar a Festa dos trabalhadores, da Industria de Carnes de Santa Maria.





Como fiquei maravilhado, com este genuíno convívio entre colaboradores de uma média empresa, onde não se distiguem os patrões, dos quadros técnicos, encarregados, e de quaisquer outros trabalhadores, são uma verdadeira família, todos se respeitam uns aos outros, entreajudam, repartem tarefas até na festa.





O convívio, a festa não era dos patrões para os empregados, era da empresa no seu todo, cada um tinha a sua tarefa na festa, uns embelezavam o recinto, outros confeccionavam as delícias com que nos presentearam, porco no espeto, caldo verde, saladas, doces a perder de vista, cada um melhor que o outro, com os pasteis de nata quentinhos a rematar, Uau!!!!!...., desconfio que a grande parte da doçaria foi contributo das trabalhadoras desta empresa, gerida como uma verdadeira família.





Mesmo em tempos de crise está a ser feito um esforço Herculiano, para aguentar os cerca de 80 postos de trabalho que daqui tiram o seu sustento alguns há mais de 25 anos, mesmo tendo muitas vezes que vender a produção com prejuízo ás grandes superfícies, não é milagre, é obra de uma inteligente gestão, onde a linguagem é assessível a todos, as decisões são justificadas, nada acontece por acaso, todos são estimulados a remar para o mesmo lado, e o barco lá vai rompendo/vencendo mares e tormentas.





Este exemplo só veio reforçar em mim a convicção, que são estas pequenas e médias empresas o futuro da economia de qualquer país, e não os projectos megalomanos com pés de barro, que nos tentam impigir a qualquer custo, sem qualquer sustentabilidade ou racionalidade.









O amigo Joaquim Ferreira, fez o favor de me levar numa visita guiada, pela "menina dos seus olhos", a Industria de Carnes de Santa Maria, onde conhece cada cantinho como as suas mãos, agora a ser dirigida pelo seu genro que tive o prazer de conhecer, um Economista todo engenhocas, diria mesmo que se perdeu um verdadeiro talento na área da concepção/criação de qualquer área de engenharia, vi pela fabrica inumeros equipamentos concebidos integralmente pela sua imaginação/criação, que vieram aumentar a produtividade, reduzir o esforço fisíco do trabalhador, melhorando a qualidade do produto final, simplesmente fascinante, Parabéns!





Percebi melhor através da visita guiada, as voltas que dão os mais de 500 porcos que aqui são abatidos diáriamente, até deles resultarem apetitosos enchidos, de uma variedade sem fim, o fiambre, o melhor Bacon produzido em Portugal, os torresmos a banha e as peças açougueiras vendidas para outras unidades, comercio e talhos.



Foi uma verdadeira festa ao trabalhador, com um programa de fazer inveja a muitas Vilas e Aldeias, onde não faltava nada, começando pelas provas desportivas matinais, a que se seguiu o excelente almoço, bem regado, com programas diversos para a criançada, programa musical ao vivo, distribuição dos prémios da jornada desportiva e baile.



E no final foi ver todo o pessoal a colaborar na arrumação do espaço, em 5 minutos ficou tudo arrumadinho, que no dia seguinte era dia de trabalho para todos, e aqui a comissão de festas, é composta por todos sem excepção, todos se divertiram todos deram a sua colaboração, lindo de ver.



É pena que exemplos destes cada vez rareiam mais entre os nossos empresários, que pela ganância desmessurada, se esquecem destes pequenos/grandes gestos humanos para com aqueles que com o seu suor, ajudam a elevar as empresas, os trabalhadores agradecem e retribuem com produtividade, alegria e estimulo para fazerem mais e melhor, até a taxa de natalidade destas famílias se nota, que é bastante mais elevada que a média nacional, a felicidade estende-se á casa e á família.



Parabéns á família Ferreira, por este bom exemplo que cultiva, é este empreendedorismo de que nos devemos orgulhar no tecido empresarial português, onde ainda prevalecem as relações humanas, como base do sistema produtivo, á frente das máquinas e equipamentos, onde o lema é que "Todos se sintam felizes e satisfeitos", e quando assim é as coisas rodam.



Se fosse este o exemplo tipo, de empresas em Portugal, o 1º de Maio podia ser festejado sempre neste ambiente de Festa/Convívio, porque aqui os trabalhadores são tratados como pessoas e não como meros instrumentos de alcançar o lucro a qualquer preço, com o minímo de retribuição possível.



Notem a felicidade estampada no rosto deste jovem, que conta já com setenta e tal Primaveras, sempre empenhado em cultivar o bem, para a comunidade, pois não foi em vão que nos conhecemos á pouco mais de 2 anos, quanto melhor o conheço, mais fico fascinado com a sua personagem, pela forma simples de estar na vida, pela profundidade das suas reflexões, pela capacidade de partilha, .... Joaquim Ferreira!



Feliz Dia do Trabalhador!

Bem haja sr. Joaquim Ferreira, família, e colaboradores por este belo dia e exemplo que nos deram.